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O culpado do fracasso escolar é o estudante?

 

Claro que se o/a estudante não participa ativamente no processo de aprendizagem dificilmente conseguirá ter um bom progresso. No entanto, muitas das vezes essa falta de interesse poderá ser motivada pelo mau uso que se faz de todos os elementos motivadores que potencialmente deve ter qualquer programa educativo. Pode ser o programa educativo que não está a ser o mais adequado e não necessariamente o estudante. Mas a verdade é que as frases que se ouvem são do tipo «não trabalha nada», «tem que estudar mais», «é um caso perdido» e raras vezes «este programa não funciona», «não teve o acompanhamento devido» «devo mudar o método» (Prieto, 1990).

 

Insucesso Escolar e Violência

As investigações mostram uma relação positiva entre o insucesso escolar e elevados níveis de indisciplina e violência. Nas escolas com maior taxa de sucesso escolar além de ser menos frequente a indisciplina e a violência, é frequente uma coesão entre os indivíduos da instituição, bem como sentimentos de pertença e de segurança (Simões, Formosinho &Fonseca, 2007).

 

Os jovens com insucesso escolar, regra geral apresentam uma perspetiva negativa do futuro e centram-se muito no imediato, sem pensarem nas consequências das suas ações (Walgrave, 1992). Para estes jovens, os pares desviantes são de grande importância garantindo a coesão social e permitindo recuperar a auto-estima perdida na escola, afirmando-se na violência. (Simões, Formosinho &Fonseca, 2007).

 

Têm surgido vários programas no sentido de prevenir a violência e a delinquência nas escolas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Motivos do Insucesso Escolar

  1. perturbações e incapacidades de aprendizagem

  2. dificuldades na leitura

  3. insucesso do professor enquanto educador, da instituição e de certa forma até dos pais.

 

É então um fenómeno demasiado abrangente e interacional, para ser analisado só no prisma do aluno. (Abreu. 1983).

 

Existem vários exemplos de alunos, os que são “inteligentes” mas mesmo assim fracassam, alunos mais modestos intelectualmente que obtêm sucesso, alunos de meios pobres e degradados que são bem sucedidos, alunos mais abastados em ambientes mais favoráveis que não conseguem obter sucesso, devido a imensidão de exemplos de alunos é necessário ver o problema do insucesso de uma maneira holística. (Abreu. 1983).

 

O insucesso escolar consegue camuflar-se por de trás de diversos fatores, como a preguiça, a fobia social, medos dos exames, falta de interesse, falta de atenção, a hipo ou hipercinesia. O insucesso pode se apresentar de duas formas distintas, geral/global e específico (por exemplo, incapacidade na aprendizagem de leitura). Porém por vezes o insucesso específico pode conduzir ao insucesso geral. (Abreu. 1983).

 

As consequências do insucesso são diversas dependem do aluno, se é ansioso e perfecionista, ou se estudar já sob pressão com medo de castigos por parte dos pais se tirar más notas. (Abreu. 1983).

 

É fundamental ver o problema do insucesso escolar de uma perspetiva pluridimensional ou plurifactorial, com uma abordagem sistémica, não descuidando de fazer uma análise em particular de cada um dos intervenientes (alunos, professores, pais e sociedade). (Abreu. 1983).

 

O aluno deve ser o centro do sistema escolar, tudo deve estar em função dele e não do professor. Segundo Rouart (1961), o insucesso é um reflexo de um sintoma neurótico dependente de todo um “conjunto existencial e relacional” que tem como centro dinâmico o aluno. Sabe-se que o rendimento escolar está dependente da capacidade de atenção e perceção do aluno, das suas capacidades linguísticas. Os fatores afetivo-motivacionais e personológicos acabam por ser tão importantes como os fatores neurofisiológicos (ou orgânicos) e os fatores cognitivos, na explicação do insucesso escolar. (Abreu. 1983).

 

O insucesso escolar pode ser analisado através das diversas correntes, relativamente à interpretação psicanalítica fala-se em “neurose de insucesso” que se relaciona com as neuroses clássicas de histeria, fóbico-obsessivas, tendências sado-masoquistas, impulsos scopofílicos e exibicionistas, devido ao complexo de édipo aplicado à escola, entre outros. (Abreu. 1983).

 

Quando analisamos o insucesso escolar numa perspetiva do aluno, temos de ter em conta os aspetos genéticos, hereditários, neurológicos, fisiológicos, sensório-motores, perceção e atenção, linguagem, inteligência, dimensão afetiva/motivacional, personalidade, variáveis sócio-cognitivas da personalidade, interação familiar, escolar e social, idade do aluno, sexo e raça, entre outros fatores. (Abreu. 1983).

 

Dentro e fora da sala de aula, o professor tem um papel importantíssimo para o sucesso académico do aluno, dentro da aula o clima afetivo é importante para a motivação e aprendizagem deste, cabe ao professor assegurar estas variáveis. (Abreu. 1983).

 

A família também tem o seu importante papel na prevenção do insucesso escolar, famílias mais estáveis emocionalmente propiciam um ambiente familiar mais harmonioso para o sucesso académico dos seus filhos.

 

Existem vários estilos parentais, desde o amor com autonomia à hostilidade sem autonomia ou com autoritarismo, dando lugar a diversos estilos educativos, o democrático ou cooperativo, hiperprotectivo, autoritário ou exigente, negligente ou indiferente (Schaefer, 1959).

 

São diversas as variáveis familiares que influenciam o sucesso escolar dos seus filhos, como por exemplo as expetativas dos pais (nível de aspiração), interesse nos trabalhos escolares destes, contatos com a escola e os respetivos professores, estilos educativos parentais, presença ou ausência dos pais no lar, número de filho, saúde física ou mental do casal, nível sócio-económico e cultural, desta forma a família constitui a micro-sociedade do aluno. (Abreu. 1983).

 

Afim de prevenir o insucesso escolar, deve se realizar a intervenção o mais precocemente, permitir a todas as crianças frequentar a escola pré-primária. (Abreu. 1983).

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