Até aos finais dos anos 50, a perspetiva dominante acerca da definição da Psicologia da Educação era aquela que entendia esta área como uma “aplicação da psicologia na educação” (Pyle citado por Coll, 1989), caindo num certo reducionismo psicológico.
A partir dos anos 50, começaram a surgir outras perspetivas alternativas, defendendo que “a psicologia da educação é algo mais que «a aplicação de todos os campos da psicologia à educação». A psicologia da educação é «o estudo científico da psicologia na educação». (…) Distingue-se de outros campos da psicologia porque o seu objetivo principal é a compreensão e a melhoria da educação (…) também se distingue das outras áreas da pesquisa educacional por causa da sua fundamentação psicológica (…)” Wittrock (1992) in Coll et. al. (2004). A Psicologia da educação é vista nesta prespetiva mais alargada, como a disciplina que faz a ponte entre a Psicologia e a Educação, tendo um objeto de estudo próprio e com um caracter quer prático quer de investigação teórica.
Definições de Psicologia da Educação - as primeiras definições vs. as atuais definições
Embora, a partir dos anos 50, houvesse efetivamente uma clara tendência para o abandono do reducionismo psicológico e aceitação da prespetiva aqui defendida por Wittrock (1992), não existe ainda consenso quanto à concepção da Psicologia da Educação, pelo contrário, coexistem várias concepções, havendo vários autores que ainda consideram a prespetiva do reducionismo psicológico como a mais acertada. (Coll, 1989)
Atualmente predomina a ideia de que a experiência da educação obrigatória deverá ser multifuncional, assumindo-se que “crescer é suscetível de ter experiencias múltiplas” (Sacristán, 2000, p. 89). Os professores e professoras devem surgir assim como “educadores/as e não somente ensinantes”. “A escolaridade obrigatória tem funções sociais por si mesma, criadora de seres humanos, ou seja, ter um propósito próprio a defender, para fazer algo de melhor à sociedade, naquilo que acreditamos que deve ser melhorado.” (Sacristán, 2000, p. 90)