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Ser criança/adolescente ou estudante?

 

“Ser criança ou adolescente consiste, entre outras coisas, ser considerado um sujeito a escolarizar” (Sacristán, 2000, p. 33), neste sentido, “corremos o perigo de acreditar que a experiencia escolar para a infância (ou adolescência) é o que a caracteriza essencialmente, esquecendo outras circunstancias que afetam essa etapa da vida” (Sacristán, 2000, p. 34).

 

 

 

 

 

 

 

 

A educação como elemento de valorização social

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O impacto da sociedade no padrão escolar

No entanto, e partindo do tópico anterior, não é apenas a educação que tem impacto na sociedade e na valorização social. O modo como as sociedades estão organizadas refletem diferentes padrões de educação não só de educação não formal, mas também da educação formal. Há uma íntima relação entre o paradigma sociocultural e o paradigma educativo. “De cada paradigma sociocultural decorre um paradigma educativo que traduz, no plano da educação, as linhas diretoras daquele, assegurando, ao mesmo tempo, a sua conservação e reprodução.

 

Para Bertrand e Valois (1992), citado por Janosz&Blanc (2007) o paradigma sociocultural no Ocidente é o paradigma Industrial” (Janosz&Blanc, 2007, p. 254), aos quais se ligam os paradigmas educativos racional (transmissão de conhecimentos e valores dominantes) e tecnológico (foco na eficácia da comunicação) em ambos os casos nestes paradigmas valoriza-se a objetividade e o conhecimento científico. “Esta maneira de ver a educação tem como consequência estabelecer uma modalidade pedagógica centrada no professor ou professora (responsável pela transmissão dos conhecimentos, motivação dos alunos, pela sua avaliação e pelo seu controlo).” “Para estar adaptado a este sistema, o aluno ou a aluna deve poder produzir os comportamentos esperados e mostrar-se um/uma recetor/a eficaz do conhecimento pré-determinado (…) será então avaliado com base no seu grau de normalidade” (Janosz&Blanc, 2007, p. 255)

A escolarização faz parte das nossas vidas de forma tão natural e enraizada que “nem sequer temos consciência da razão da sua existência, da contingência da mesma, da sua possível provisoriedade no tempo, das funções que cumpriu cumpre ou poderá cumprir, dos significados que tem na vida das pessoas, das sociedades e das culturas. Somente aqueles que não têm essa experiência, na generalidade, é que apreciam, com mais firmeza, o valor da sua ausência.” (Sacristán, 2000, p. 7)

A educação associa-se ao estatuto e à identidade, no sentido em que hierarquiza os indivíduos distinguindo-os publicamente através de creditações e diplomas. A educação tem então um impacto na valorização social. (Sacristán, 2000)

“A educação proporcionada pela escolarização obrigatória, igual para todos, constitui um requisito que capacita para o exercício da cidadania plena.” (Sacristán, 2000)

Este aspeto remete também para a questão do abandono escolar que “há apenas 30 ou 40 anos, um adolescente podia muito bem deixar a escola sem diploma, encontrar um emprego e ocupar, em pleno, o seu lugar na sociedade”, (Janosz&Blanc, 2007, p. 249) atualmente trata-se de um problema social e de um ato desviante aos olhos da sociedade (Rivard, 1991; Schreiber, 1969, citado por Janosz&Blanc, 2007)

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