

Processo ensino aprendizagem
A Psicologia da Educação deve estruturar-se em torno do processo ensino-aprendizagem que serve de fio condutor para a definir como sistema coerente e organizado de conhecimentos.
A partir do processo ensino-aprendizagem, os centros atuais de interesse passam pelo estudo das diferenças individuais, a aprendizagem, o desenvolvimento, estrutura curricular, “ecologia de classe”, etc.
Estes aspetos que caracterizam hoje o processo ensino-aprendizagem, vão ser os que irão marcar as tendências desta disciplina também no futuro, tais como:
i) as mudanças nos interesses relativos ao ensino e aprendizagem (e.g. interessando-se mais pelo aluno que aprende do que pelo aluno que é ensinado);
ii) a consideração do caráter ativo e único do sujeito que aprende (e.g. maior centralidade na aprendizagem que no ensino e o entendimento do ser humano como alguém que não se limita a responder aos estímulos do ambiente, mas que responde, percebe, codifica, interpreta ou transforma o estímulo de acordo com o que ele é, ou seja, as suas próprias estruturas cognitivas, e de acordo com a sua experiência);
iii) a interação (com maior ênfase para as teorias interacionistas, interpretando a aprendizagem como uma atividade dependente do meio escolar específico, dos objetivos e métodos de ensino do professor e a capacidade e interesse do aluno, como elementos em interação);
iv) uma orientação interpretativa ou ecológica (que interpreta o contexto escolar como incorporado em outros contextos mais amplos, com influências reciprocas, e que estuda processos inobserváveis, como os pensamentos, atitudes e sentimentos dos intervenientes – “ecologia de classe”: interpreta a “sala de aula” como um ambiente social naturalmente organizado no qual os participantes contribuem para a organização e definição de significados e se sentem comprometidos);
v) variáveis modificáveis (preferência por variáveis objeto de estudo susceptíveis de mudança de modo a fornecer ao educador oportunidades de intervenção e melhoria, em detrimento daquelas variáveis difíceis de modificação, que apenas têm valor relativo);
vi) modelos prescritivos (preferência por modelos cientificamente capazes de recomendar novas formas de dar seguimento ao processo ensino-aprendizagem, em detrimento de modelos puramente descritivos), entre outros (Beltrán et al., 1990).
