

O processo de avaliação escolar é dispensável e perturbador
atividade incomodativa e ingrata e até mesmo como um elemento perturbador na relação professor-aluno, muito associado ao caracter disciplinar de obrigar o/a aluno/a a estudar.
A avaliação escolar é organizada em torno da atribuição de uma nota que se acredita que representa os conhecimentos escolar do/da aluno/a. A verdade é que a nota não tem um valor objetivo nem constitui uma medida perfeita dos conhecimentos dos alunos e alunas baseada na administração e correção de provas escolares. Na verdade ela corresponde a um juízo de valor bastante subjetivo que envolve outras variáveis (Simões, 1997).
O processo de avaliação escolar é claramente subjetivo, de tal maneira subjetivo que são encontradas flutuações abismais nas notas que diferentes professores e professoras dariam a um mesmo aluno no mesmo teste. Mas, também se verifica que uma mesma prova pode dar lugar a classificações divergente com o mesmo professor ou professora, mas em momentos diferentes. Estarão neste momento a pensar: «mas isso é nas disciplinas mais subjetivas e abstratas…», não! Esta divergência manifesta-se em todas as disciplinas, mesmo em matemática e física (Simões, 1997).
As flutuações nas notas podem-se dever a fatores de ordem psicológica, nomeadamente:
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efeito de assimilação (em função da informação prévia que o professor ou professora tem daquele aluno ou aluna e das expectativas que tem dele pode assim divergir a nota atribuída; ou em função das primeiras respostas que o aluno ou aluna dá o professor/a vai criando uma expetativa mais elevada ou baixa e assim penalizar ou ‘desculpar’ respostas melhores ou menos boas. Em ambos os casos este efeito surge com vista a garantir a compatibilização do produto real com o produto esperado).
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efeito de contraste (um mesmo trabalho médio é sobreavaliado quando é corrigido após trabalhos fracos e subavaliado quando surge após bons trabalhos. Isto deve-se ao fenómeno de ancoragem segundo o qual há uma fixação num estimulo que se torna norma para a apreciação dos seguintes) (Simões, 1997).
Várias são as possíveis soluções para estes fenómenos:
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dupla correção
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questionários de escolha múltipla (eliminam a probabilidade de divergência) ; provas aferidas a nível nacional (evitar flutuações entre regiões)
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avaliação continua (multiplicação dos atos e momentos de avaliação
Mas cada uma destas ditas ‘soluções’ trarão consigo outros problemas, pelo que se trata de um problema aparentemente sem solução dado que “a objetividade da avaliação escolar encontra-se no reconhecimento da sua relatividade” (Roussell, 1987, citado por Simões, 1997).
O processo de avaliação escolar ocupa grande parte do trabalho dos professores e professoras a alunos e alunas e com fortes consequências, nomeadamente, na vida dos alunos e alunas (futuro profissional, percurso escolar, desenvolvimento psicológico, valorização social…).