
A Entrevista com crianças é credivel?
Esta questão tem sido bastante debatida entre os autores, na medida em que as crianças têm alguns limites cognitivos e linguísticos que podem reduzir a validade dos seus relatos. É consensual entre os autores que a entrevista a crianças com menos de 9 anos apresenta parâmetros psicométricos pouco aceitáveis, na medida em que há uma capacidade reduzida de reflexão, sendo que a probabilidade de a criança mentir, é bastante elevada. No entanto, com crianças de 9 anos ou mais, as entrevistas são um meio essencial para obter informação válida e credível. (Simões, 1998)
Se for feita entrevista ao pais ou professores ou professoras, a entrevista com a Criança é dispensável?
A entrevista aos pais e aos professores é essencial para o processo de avaliação de uma criança (ver tópico: muti-método e multi-informadores) No entanto a entrevista à criança nunca é dispensável, ela é aliás, absolutamente necessária. Em primeiro lugar a entrevista com a criança permite simultaneamente a observação dos comportamentos da criança, e tendo em conta que é a criança o alvo de avaliação, tal é considerado imprescindível. Além disso há informação que não é captada pelos pais nem pelos professores ou professoras, mas apenas pela criança – por exemplo estados emocionais internos, discurso interno da criança, … - A própria perceção que a criança tem do problema ou a perceção daquilo que acontece nas situações em que o problema ocorre, apenas pode ser dada pela criança. A criança é, definitivamente, um observador privilegiado do seu próprio comportamento, e tal não pode ser descurado pelo avaliador ou pela avaliadora. (Simões, 1998).
