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Como abordar a complexidade provocada pela diversidade?

“Uma escolaridade igual para sujeitos diferentes” (Sacristán, 2000, p. 61)

 

À questão «a diversidade é um problema na educação?» a resposta é sim. Efetivamente nas escolas há um “gosto pela norma e pelo nível” (Sacristán, 2000, p.67), não se admitindo graus muito distintos de cumprimento dos objetivos comuns (…)” “A função disciplinadora (…) é acima de tudo normalizadora" (Sacristán, 2000,p. 68).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Efetivamente, “se a educação diz respeito à capacitação para o exercício da liberdade e autonomia, a escola deve respeitar a singularidade individual e fomentá-la sem quaisquer discriminações.”(Sacristán, 2000, p. 66).

 

Stuart Mill (1970, p. 128) chama também à atenção para que “a originalidade é a única coisa cuja utilidade não pode ser compreendida pelos vulgares.” (Sacristán, 2000, p. 67). Acrescenta ainda que “não é vestindo uniformemente tudo o que é individual nos seres humanos que se faz deles um nobre e formoso objeto de contemplação, mas cultivando-os e fazendo-os sobressair, dentro de limites impostos pelos direitos e interesses dos outros ” (Mill, 1970, p. 134, citado por Sacristán, 2000, p. 66).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Possíveis soluções poderão passar por “favorecer a singularidade individual, a visão da aprendizagem como uma construção do sujeito, guiada por uma avaliação contínua de caracter formativo, seguindo a ideia de que na flexibilidade se acomodam melhor os sujeitos diferentes. Nos casos extremos, um currículo estritamente comum para todos e em todas as suas facetas pode ser uma proposta inviável”, podendo ser necessário estabelecer currículos para as necessidades particulares. No entanto, ao mesmo tempo isto promove a rotulação dos sujeitos. (Sacristán, 2000, p. 79). Um ensino estritamente individualizado com planos de trabalho individuais para os alunos, “apenas é uma tática e um recurso viável para situações pontuais e para alunos com necessidades muito específicas” (Sacristán, 2000, p. 80).

 

A solução ideal segundo estes autores passaria por uma “pedagogia de complexidade” (Sacristán, 2000, p. 82), isto é, uma “prática que diversifique, mas mantendo a igualdade do currículo comum” (Sacristán, 2000, p. 80), de forma que as tarefas académicas possam ser atrativas e desafiadoras para todos, sem que todos estejam obrigados a fazer o mesmo”. Que a educação obrigatória seja realmente para todos mas que “não sejam obstruídas pela organização escolar, pelos métodos educativos, pelas práticas de diagnóstico, rotulagem de avaliação nem pelas atitudes dos professores.” (Sacristán, 2000, p. 82).

 

 

No entanto, não nos podemos esquecer de que há diferenças individuais e como tal, os desvios face à norma estabelecida são inevitáveis, pelo que devem ser desenvolvidos mecanismos de tolerância perante tais acontecimentos.

 

“Se progredir é dominar um conteúdo muito específico, igual para todos, com um nível de aproveitamento muito bem definido, então produzir-se-ão nos alunos graus de acomodação muito desiguais, já que têm diferentes capacidades, gostos e níveis de motivação” (Sacristán, 2000, p. 78).

Sacristán, 2000, p. 82

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