
Educação não obrigatória
Educação de adultos e idosos
A educação para adultos, segundo a definição da UNESCO é “o conjunto de processos organizados de educação (…) graças aos quais as pessoas, consideradas como adultas pela sociedade de que fazem parte, desenvolvem as suas aptidões, enriquecem os seus conhecimentos, melhoram as suas qualificações técnicas e profissionais ou lhes dão uma nova orientação, e fazem evoluir as suas atitudes ou o seu comportamento na dupla prespetiva de um desenvolvimento integral do homem e de uma participação no desenvolvimento sócio-económico e cultural equilibrado e independente” (Oliveira, 2009, p. 43).
Na educação para adultos pressupõe-se outro nível de compreensão, pensamento e autonomia intelectual. Por exemplo, segundo o modelo de King e Kitchner (2004), citado por Oliveira, 2009) são distinguidos três níveis de pensamento (pré-reflexivo, quase reflexivo e reflexivo), sendo que apenas no último o sujeito é capaz de refletir verdadeiramente sobre a realidade e sobre si próprio procurando ativamente sentido e explicações para as várias teorias, possibilitando a criação de perspetivas alternativas (Oliveira, 2009).
Em 1994 realizaram-se em Coimbra as primeiras Jornadas sobre “Educação dos adultos em Portugal: Situação e Perspetivas”, sendo o professor António Simões (1996) o presidente da comissão cientifica e da comissão organizadora (Oliveira, 2009, p. 45).
A população idosa está aumentar a um ritmo exponencial, e tal tem implicações nomeadamante na área educativa, havendo cada vez mais um maior número de idosos com necessidade e direito à educação adequada à sua idade. É aqui que surge a gerontologia educativa ou educação gerontológica. Este tipo de educação tem uma dimensão mais biológica centrada na educação sanitária, higiénica e dando importância e esclarecendo sobre a necessidade de alimentação adequada, exercício físico, etc. E uma dimensão mais cognitiva. Nesta última procuram-se desenvolver estratégias de coping relacionadas com a diminuição progressiva das funções cognitivas (em particular da memória). Inclui ainda a educação para a afetividade e educação da personalidade (sendo que neste âmbito já por natureza, regra geral, o idoso ganha maior sabedoria, tolerância e estabilidade emotiva) e educação psicossocial (ajudar o idoso a lidar com a solidão inerente ao processo de envelhecimento – afastamento da sociedade -; a promoção da atividade psicológica do idoso; ajudar o idoso a escolher as atividades que lhe dão mais prazer; etc.) (Oliveira, 2009).
No âmbito da educação para idosos podemos referir a Universidade Senior. Em Coimbra, a Universidade Senior chama-se «Aposenior» e é “uma universidade de terceira idade” cujo principal objetivo é “promover o envelhecimento ativo através de estímulo da atividade intelectual e cognitiva, e, simultaneamente, criar situações de convívio e partilha de experiências, combatendo a solidão e a ausência de projetos pós vida ativa”. A aprendizagem é feita em diversas áreas, como por exemplo a informática, internet, línguas, ciências políticas, psicologia, treino da memória, pintura, artes decorativas, pilates, fotografia, fotoshop, mas também participação em coros, grupos de dança, conferências, debates, passeios, etc. (http://www.aposenior.pt/ consultado a 11/05/2015).

Atualmente, este tipo de educação assenta muito nas novas tecnologias e em estratégias de aprendizagem na formação que passam também pela auto-formação e auto-pilotagem da aprendizagem (Oliveira, 2009).

